terça-feira, 20 de abril de 2010

Andebol

Andebol é uma modalidade desportiva criada pelo alemão Karl Schelenz, em 1919 — embora se baseasse em outros desportos praticados desde o final do século XIX, na Europa setentrional e no Uruguai. O jogo inicialmente era praticado na relva num campo similar ao do futebol com dimensões entre 90m a 110m de comprimento e entre 55m a 65m de largura, e a baliza com 7,32 m de largura por 2,44 m de altura (a mesma usada no futebol), e era disputado por duas equipas de onze jogadores cada, sendo a bola semelhante à usada na versão de sete jogadores. Hoje em dia a maioria dos jogadores pratica apenas o andebol de sete.

Atribui-se a invenção do andebol ao professor Karl Schelenz, da Escola Normal de Educação Física de Berlim, durante a Primeira Guerra Mundial. No início, o andebol era praticado apenas por raparigas e as primeiras partidas foram realizadas nos arredores de Berlim. Os campos tinham 40 x 20 m, e eram ao ar livre. Pouco depois, em campos de dimensões maiores, o desporto passou a ser praticado por homens e logo se espalhou por toda a Europa.

Em 1933 foi criada a federação alemã que, três anos depois, introduzia o andebol nos Jogos Olímpicos de Berlim.

A primeira vez que o andebol foi disputado em Jogos Olímpicos foi em 1936, depois foi retirado e voltou em 1972, já na sua nova versão (de 5 jogadores) e em 1976 o handebol feminino também passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos.

Nos Jogos de 1936, disputou-se uma única vez o andebol de campo, com onze jogadores de cada lado. O desporto voltou a ser olímpico nos Jogos de 1972, já com as regras actuais.

No andebol são usados sistemas defensivos como o 3x2x1, 5x1, 6x0, 4x2, 3x3 e 1x5. O sistema mais utilizado é o 6x0, onde se encontram 6 jogadores defensivos posicionados na linha dos 6 metros. A defesa 5x1 também é bastante utilizada onde 5 jogadores se posicionam na linha dos 6 metros e um jogador (bico ou pivô) se posiciona mais à frente que os outros. Não existem categorias e idades exatas para se utilizar cada tipo de defesa, isso depende da postura tática do defensor e, principalmente, da postura da equipa adversária. Além disso, nos jogos entre equipas de alto nível técnico, é comum a variação de formações de defesa durante o jogo, com o objetivo de confundir o ataque adversário.

Sistema defensivo 6x0

O Sistema Defensivo 6x0 significa seis na linha de defesa, ou seja, o goleiro vai para barreira junto com o time.

Sistema defensivo 5x1

O Sistema 5x1 consiste em cinco jogadores na primeira linha de defesa, e um na segunda linha, chamado de Pivô, responsável por tentar interceptar passes ou adiantar qualquer investida contra a sua baliza.

Sistema defensivo 4x2

O Sistema 1x2 traz 4 jogadores na primeira linha e dois na segunda linha, sendo pouco usado por dar bastante mobilidade para os pivôs e ponteiros.

Sistema defensivo 3x2x1

Encontram-se três jogadores na primeira linha, dois na segunda e um na terceira linha, bastante adiantado. Facilita e agiliza a ligação para contra-ataque.

Sistema defensivo 5+1

São cinco jogadores na primeira linha e um a fazer marcação individual, geralmente no jogador que mais se destaca no ataque adversário.

Sistema defensivo 4x2

São quatro jogadores na primeira linha e dois a fazer marcação individual.

Atacando com 1 pivô

A maneira mais comum de se ver uma equipa jogar é representada no esquema acima. O sistema defensivo mais utilizado pelas equipas adversárias é o 6x0. Neste tipo de esquema o melhor posicionamento para o ataque é o representado na figura acima, onde 5 jogadores formam uma linha de passe em frente a linha de defesa. Os jogadores 1, 2, 3 ficam a passar a bola de um lado para o outro enquanto o pivô (4) tenta abrir um espaço (com muito cuidado para não cometer falta de ataque) para que os armadores ou o central penetre na defesa e arremesse cara-a-cara com o goleiro. O pivô deve manter também um posicionamento de modo que possa receber a bola, girar e arremessar. Neste sistema deve também haver um grande entrosamento entre o ponta (1) e o armador (2), pois as melhores oportunidades de golos podem surgir de jogadas realizadas pelos dois atletas, tendo que se preocupar com os dois, a defesa fica mais vulnerável no meio. O sistema 6x0 dificulta a penetração na defesa por isso arremessos de fora (sem penetrar na defesa) são comuns nesse tipo de jogada. Aconselha-se então armadores altos com o arremesso forte. O central deve ser um jogador habilidoso e criativo.

Atacando com 2 pivôs

Atacar com dois pivôs é arriscado, por isso recomenda-se essa táctica apenas para equipas com um bom nível de conhecimento do andebol e esses esquemas devem ser utilizados apenas em ocasiões especiais, geralmente contra equipas inexperientes. As possibilidades de se criar jogadas na linha de passe tornam-se mais difíceis mais a defesa adversária fica mais presa. Um dos recursos utilizados para atrapalhar esse esquema é o sistema defensivo 5x1, mas isso deixa a defesa mais vulnerável, porém as possibilidades de intervir na linha de passe e surgir um contra-ataque fatal são muito grandes. O segundo pivô também limita a actuação do jogador adiantado, podendo ser uma boa opção de passe, desta maneira o esquema "pode" também quebrar defesas 5x1 (também se deve ser realizado por equipas experientes). No sistema defensivo 6x0 pode-se utilizar dois pivôs, apenas quando as jogadas não estão a surgir na linha de passe e quando existe uma certa dificuldade na penetração, por isso a defesa deve manter-se de 4 na quadra. Como se pode ver, o ataque com 2 pivôs é muito complexo, por isso não é muito recomendável, principalmente para equipas inexperientes. Exige-se muito treino, atenção e habilidade dos jogadores, mas é uma boa opção em situações em que a equipa não possua um bom desempenho com apenas 1 pivô ou com dificuldades de arremessos de fora ( jogadas de suspensão ou por cima das da defesa) são interceptadas pela defesa adversária. Existem várias maneiras de posicionar-se no ataque, que dependerão sempre do andamento da partida. As tácticas apresentadas acima são as mais utilizadas e comuns no andebol actual. Como existem adversários e sistemas defensivos diferentes, a figura do treinador é importantíssima nesse momento.

Regras

Campo

A quadra deve ser rectangular, com comprimento de 38 a 44 metros e uma largura de 18 a 22 metros. A baliza terá largura interior de 3m e altura de 2m.

A bola

Terá que ser de couro, de cor única. A duração de cada tempo "neste caso são duas" é de 30 minutos, com um intervalo de 10 minutos. Uma equipa é composta por 6 jogadores de campo e um guarda-redes.

Manejo de bola

É Permitido: Lançar, parar e agarrar a bola, não importa de que maneira, com ajuda das mãos, braços, cabeça, tronco, coxa e joelhos (menos os pés). Segurar a bola durante o máximo de 3 segundos mesmo se ela está no chão. Fazer o máximo de 3 passos com a bola na mão. Conduzir ou manejar a bola com os pés não é permitido.

Comportamento com o adversário

Utilizar os braços ou as mãos para se apoderar da bola. É permitido tirar a bola da mão do adversário, com a mão aberta, não importa de que lado e bloquear o caminho do adversário com o corpo. É proíbido arrancar a bola do adversário com uma ou com duas mãos, assim como bater com o punho na bola que o mesmo tem nas mãos.

Área do golo

Só o guarda-redes pode permanecer na área de golo. O adversário que entra nessa área é punido com um tiro livre. Os jogadores que invadirem as áreas de golo, depois de ter lançado a bola, é sujeito a uma punição.

Lance lateral

O lance lateral é ordenado, desde que a bola tenha transposto completamente a linha lateral. E tem que ser cobrado com um pé sobre a linha lateral da quadra e outro fora. Pode-se passar ou até mesmo fazer o golo, mas não pode passar para o goleiro.

Tiro de meta

O tiro de meta é ordenado nos seguintes casos: quando antes de ultrapassar a linha de fundo, a bola tenha sido tocada, em último lugar, por um jogador da equipa atacante ou pelo goleiro da equipa defensora, estando este dentro da sua área de golo.

Lance de escanteio

O lance de escanteio é ordenado desde que a bola tocada pela equipa defensora ultrapasse a linha de fundo. O lance é executado no ponto de intersecção da linha de fundo e da linha lateral.

Tiro Livre

É ordenado tiro livre nos seguintes casos: entrada ou saída irregular de um jogador, lance de saída irregular, manejo irregular da bola, comportamento incorreto com o adversário, execução ou conduta irregular no lance livre e no lance de sete metros; conduta antidesportiva.

Lance de 7m

Esse lance é ordenado com uma falta grave sobre o adversário.

Tiro de Árbitro

O tiro de árbitro é marcado quando, mantida a bola dentro da quadra e fora das áreas do goleiro, ocorrer: falta simultânea de jogadores das duas equipas; interrupção do jogo por qualquer razão, sem infração às regras.

Os árbitros

O jogo é dirigido por dois árbitros assistidos por um secretário e um cronometrista

Jorge Amado

Jorge Amado (1912-2001) é um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.

Nasceu no interior da Baia, em 1912. No ano seguinte ao seu nascimento, uma epidemia de varíola obriga a família a deixar a fazenda e estabelecer-se em Ilhéus, onde viveu a maior parte da infância que lhe serviu de inspiração para vários romances.

Foi jornalista, e envolveu-se com a política ideológica, tornando-se comunista, como muitos de sua geração. Os problemas e injustiças sociais, folclore, a política, crenças e tradições, e a sensualidade do povo brasileiro são temas constantes nas suas obras.

As suas obras são umas das mais expressivas da moderna ficção brasileira. Com 49 livros, propondo uma literatura voltada para as raízes nacionais. Em 1945, foi eleito para Deputado Federal pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), o que lhe rendeu fortes pressões políticas.

Foi casado com Zélia Gattai, também escritora e que o sucedeu na Academia Brasileira de Letras. Com ela teve dois filhos: João Jorge, sociólogo; e Paloma. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai entre 1941 a 1942, em Paris entre 1948 a 1950 e em Praga entre 1951 a 1952.

Escritor profissional, viveu exclusivamente dos direitos autorais de seus livros. Na década de 1990, porém, viveu uma forte tensão e expectativa de um grande desastre nas economias pessoais, com a falência do Banco Económico, onde tinha as suas economias mas não as chegou a perder, já que o banco acabou socorrido pelo Proer (Banco Central do Brasil). Amado só foi superado, em número de vendas, apenas pelo fenómeno Paulo Coelho, mas no seu estilo, o romance ficcional. Em 1994, viu a sua obra ser reconhecida com o Prémio Camões, o Nobel da língua portuguesa. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para o cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema nas escolas de samba por todo o Brasil. Os seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em Braille e em fitas gravadas para cegos. Era adepto do candomblé, religião na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô (Título honorífico do Candomblé criado no Axé Opó Afonjá por Mãe Aninha em 1936, esses títulos honoríficos de doze Obás de Xangô, reis ou ministros da região de Oyo, concedidos aos amigos e protectores do Terreiro).

Como Érico Veríssimo e Rachel de Queiroz, foi representante do modernismo regionalista (segunda geração do modernismo).

Recebeu no estrangeiro os seguintes prémios: Prémio Internacional Lênin (Moscovo, 1951); Prémio de Latinidade (Paris, 1971); Prémio do Instituto Ítalo-Latino-Americano (Roma, 1976); Prémio Risit d'Aur (Udine, Itália, 1984); Prémio Moinho, Itália (1984); Prémio Dimitrof de Literatura (Bulgária, 1986); Prémio Pablo Neruda, Associação de Escritores Soviéticos (Moscovo, 1989); Prémio Mundial Cino Del Duca da Fundação Simone e Cino Del Duca (1990); e Prémio Camões (1995). No Brasil: Prémio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro (1959); Prémio Graça Aranha (1959); Prémio Paula Brito (1959); Prémio Jabuti (1959 e 1970); Prémio Luísa Cláudio de Sousa, do Pen Club do Brasil (1959); Prémio Cármen Dolores Barbosa (1959); Troféu Intelectual do Ano (1970); Prémio Fernando Chinaglia, Rio de Janeiro (1982); Prémio Nestlé de Literatura, São Paulo (1982); Prémio Brasília de Literatura — Conjunto de Obras (1982); Prémio Moinho Santista de Literatura (1984); Prémio BNB de Literatura (1985).

Jorge Amado ainda é o autor brasileiro mais publicado em todo o mundo: a sua obra foi editada em 52 países, e vertidos para 48 idiomas e dialectos, a saber: albanês, alemão, árabe, arménio, azerbaijano, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebreu, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, Moldávio, ongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em Braille), sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.

Recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal e Venezuela. O título de Doutor pela Sorbonne, na França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, na sua derradeira viagem a Paris, quando já estava doente. Amado teve livros adaptados para o cinema, teatro, rádio, televisão, bem como para histórias em banda-desenhada, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha, Polónia, Checoslováquia, Itália e nos Estados Unidos. Jorge foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 6 de Abril de 1961, ocupando a Cadeira 23, cujo favorecedor é José de Alencar. Na sua experiência académica, bem como para retratar os casos dos Imortais da ABL, escreveu "Farda, fardão, camisola de dormir", num remoque claro ao formalismo da entidade e à senilidade de seus membros. Algumas das obras do autor foram: O país do carnaval (1931), Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar morto (1936), Capitães da areia (1937), ABC de Castro Alves (1941), Terras do sem fim (1943), São Jorge dos Ilhéus (1944), Baia de Todos os Santos, guia (1945), Seara vermelha (1946), O amor do soldado (1947), O mundo da paz (1951), Os subterrâneos da liberdade (1954), Gabriela, Cravo e Canela (1958), A morte e a morte de Quincas Berro d'Água (1961), Os pastores da noite (1964), Dona Flor e seus dois maridos (1966), Tenda dos milagres (1969) e Tocaia grande (1984).