A multidisciplinaridade é hoje uma necessidade em quase todas as profissões. Mas nas tecnologias a extensão dos conhecimentos é essencial para a evolução da carreira, especialmente num mercado com elevado nível de evolução tecnológica.
A Microsoft e YDreams assumem dificuldades no recrutamento de profissionais com formações complementares. São as próprias empresas a optarem por garantir a formação complementar.
Devido à evolução tecnológica, surgiram mesmo "novas profissões". Paula Carneiro, responsável de recursos humanos da Microsoft, numa entrevista ao Diário de Noticias explicou que, por exemplo, no negócio da mobilidade, começam a ser precisos profissionais com conhecimentos de tecnologias e de telecomunicações. Não havendo cursos com essas duas áreas em simultâneo, a opção é formar e aproveitar a experiência profissional.
Outros exemplos de "novas profissões" na área da tecnologia são as de gestor de projecto, que necessita dos tais conhecimentos técnicos, mas também de informações sobre o negócio dos clientes, ou sobre áreas mais administrativas, como contabilidade, marketing e vendas. Também a profissão de gestor de conteúdos obriga a novas competências multidisciplinares. Tanto as duas empresas referidas como as empresas de formação e recrutamento contactados garantem, no entanto, que não é fácil contratar profissionais com estas características. "A única alternativa é continuar a aposta na qualificação das pessoas, criando uma exigência maior no recrutamento, definindo melhor as competências esperadas após a formação e traduzir objectivos e métricas concretas para que os processos formativos sejam melhor avaliados", explica Pedro Nunes, da Actual Training. Na Microsoft, a formação é contínua e adequada a cada uma das áreas de negócio. Nuno Ferreira, responsável pelos recursos humanos na YDreams, é da opinião de que nos cursos de engenharia deveria dar-se alguma formação em gestão, marketing, recursos humanos, contabilidade, onde, tal como nos outros, deve haver uma componente de novas tecnologias. "A complementaridade só se consegue no mercado de trabalho", disse Nuno Ferreira.
São unânimes em considerar que os cursos universitários não estão hoje preparados para as necessidades das empresas. Ana Cardoso, directora da Egor, garante, por outro lado, que a evolução tecnológica leva também a que uma pessoa nesta área que esteja dois anos fora dificilmente consiga nova colocação sem um período de actualização. Na Egor, 90% dos pedidos de emprego requerem curso superior, conhecimento da língua inglesa, domínio de ferramentas como o Office, conhecimento dos sistemas de pesquisa (SQL Server) e de base de dados. Estes são os requisitos mínimos. No entanto, Ana Caetano garante que na área das tecnologias não há um padrão de requisitos, dependendo da área de actuação.
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