Acontece agora em Espanha como poderia verificar-se em qualquer outro país europeu, Portugal incluído. Está em mudança a lei sobre o hospitalidade e a inclusão de estrangeiros, que aponta, sobretudo, penalizar não só os imigrantes ilegais como quem lhes dê hospitalidade e os ajude a permanecer no país para além dos prazos legais.
Parece uma tentativa de travar a imigração ilegal, mas, em vez de resolver esse problema, agrava-o com medidas pungentes dos indocumentados e dos espanhóis que os acolham e apoiem. O problema não é novo. Quando a economia dos países ricos, no caso a Espanha, corre bem, não falta quem use os imigrantes para aumentar as arcas das finanças e da economia, mas quando as coisas se põem feias, não tardam as sanções e os castigos, negando-se a hospedagem, ainda que à revelia dos direitos humanos. Há em Espanha associações religiosas que admitem a desobediência civil se a nova lei sobre estrangeiros for aprovada e garantem que apoiarão os imigrantes ilegais, ainda que o Estado o proíba por lei. Entendem que a hospitalidade é um imperativo decorrente dos direitos e da dignidade das pessoas. Criaram a plataforma "Salvemos a hospitalidade" em oposição à eventualidade dessa lei limitativa. É uma saudável voz de protesto de quem salvaguarda direitos humanos em nome da dignidade da pessoa humana.
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