terça-feira, 25 de maio de 2010

Museu do Louvre


O Museu do Louvre, instalado no Palácio do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais famosos museus do mundo. Localiza-se no centro de Paris, entre o rio Sena e a “Rue de Rivoli”. O seu pátio central, ocupado agora pela pirâmide de vidro, encontra-se na linha central dos “Champs-Élysées”, e dá forma assim ao núcleo onde começa o Eixo histórico.

Neste museu encontra-se a Mona Lisa, a Vitória de Samotrácia, a Vénus de Milo, enormes colecções de artefactos do Egipto antigo, da civilização greco-romana, artes decorativas e aplicadas, e numerosas obras-primas dos grandes artistas da Europa como Ticiano, Rembrandt, Miguel Ângelo, Goya e Rubens, numa das maiores amostras do mundo da arte e cultura humanas. O museu abrange, portanto, oito mil anos da cultura e da civilização tanto do Oriente como do Ocidente.

O Louvre é gerido pelo estado francês através da “Réunion des Musées Nationaux”.

É o museu mais visitado do mundo em 2007 teve 8,3 milhões de visitantes, em 2009 com 8,5 milhões.

O primeiro "Castelo do Louvre" neste local foi fundado por Filipe II em 1190, como uma fortaleza para defender Paris a oeste contra os ataques dos Vikings. No século seguinte, Carlos V transformou-o num palácio, mas Francisco I e Henrique II rasgaram-no para baixo para construir um palácio real; as fundações da torre original da fortaleza estão sob a Sala das Cariátides. Mais tarde, reis como Luís XIII e Luís XIV também dariam contribuições notáveis para a feição do actual Palácio do Louvre, com a ampliação do “Cour Carré” e a criação da colunata de “Perrault”.

As transformações nunca cessaram na sua história, e a antiga fortaleza militar medieval acabaria por se tornar um colossal complexo de prédios, hoje devotados inteiramente à cultura. De entre as mais recentes e significativas mudanças, desde o lançamento do projecto "Grand Louvre" pelo presidente François Mitterrand, estão a transferência para outros locais de órgãos do governo que ainda funcionavam na ala norte, abrindo grandes espaços novos para exposição, e a construção da controversa pirâmide de vidro desenhada pelo arquitecto chinês I. M. Pei no centro do pátio do palácio, por onde se faz agora o acesso principal. O museu reorganizado reabriu em 1989. O Palácio do Louvre foi a sede do governo monárquico francês desde a época dos Capetos medieval até ao reinado de Luís XIV. A transformação do complexo de edifícios em museu iniciou em 1692, quando Luís XIV ordenou a criação de uma galeria de esculturas antigas na Sala das Cariátides. No mesmo ano, o palácio, então desabitado, tendo a corte se transferido para Versalhes, recebeu a Academia Francesa, e logo a Academia de Belas Letras e a Academia Real de Pintura e Escultura também ali se instalaram. No prédio também aconteceram, a partir de 1699, os tradicionais salões de arte promovidos pela Academia de Pintura e Escultura, que atraíam multidões. De início organizado na Grande Galeria, os salões de 1725 em diante passaram a acontecer do Salão Quadrado (Salon Carré), de onde derivou o nome destas exposições - Salão.

Por outro lado, entre 1750 e 1785 espaços no Palácio de Luxemburgo foram reservados para exibição de obras-primas seleccionadas das colecções reais, numa exposição que teve grande sucesso. Em vista disso, o Marquês de Marigny, Superintendente Geral dos Edifícios do Rei, e seu sucessor, o Conde de Angivillier, desenvolveram a ideia de tornar o Louvre um museu permanente. O projecto transformou-se em lei em 6 de Maio de 1791, quando a Assembleia Revolucionária decretou que o palácio deveria ser um repositório de todos os monumentos das ciências e das artes.

Assim, foi o museu inaugurado como Museu Central das Artes em 10 de Agosto de 1793, com um acervo formado principalmente por pinturas confiscadas à família real e aos aristocratas que haviam fugido da Revolução Francesa, exibidas na Grande Galeria e no Salão Quadrado. O público tinha acesso gratuito, mas apenas nos fins de semana, ficando os outros dias reservados para o trabalho dos artistas que desejavam ali estudar as obras dos grandes mestres, determinação que ficaria em vigor até 1855. Gradualmente a colecção foi expandida e ocupou muitas outras salas do complexo.

No período imperial o museu adoptou o nome de Museu Napoleão, sendo Dominique-Vivant Denon seu primeiro director. Napoleão ordenou reformas e embelezamentos no edifício, e suas conquistas sobre outros países renderam uma grande quantidade de novas peças para o Louvre, embora com a queda do imperador em 1815 as nações espoliadas reclamassem seus tesouros, despovoando as galerias do museu.

Em 1824 foi criado o Museu da Escultura Moderna na Galeria d'Angoulême, com cinco salas para exibição de peças provenientes do Museu dos Monumentos Franceses e do Palácio de Versalhes. Em 1826 Champollion se tornou o director do novo Departamento de Antiguidades Egípcias. No ano seguinte foi criado o Museu Carlos X no primeiro pavimento da ala sul do Cour Carré, com uma colecção de antiguidades egípcias, bronzes antigos, vasos etruscos e artes decorativas medievais e renascentistas, ao mesmo tempo em que na ala norte se instalava o Museu da Marinha.



A "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci, óleo sobre tela, 1503-19, provavelmente concluída enquanto o artista estava na corte de Francisco I. É uma das obras mais conhecidas do acervo do museu

Alexandros de Antióquia: a Vênus de Milo, outra das peças-símbolo do Louvre por um breve período, entre 1838 e 1848, uma importante colecção mais de 400 pinturas espanholas foi mostrada na Galeria Espanhola, criada por Luís Filipe, até ser vendida em Londres poucos anos depois. Não obstante, a presença desta colecção na França, que pouco conhecia da arte espanhola, foi uma influência decisiva sobre artistas como Corot e Manet.

Com o desenvolvimento da arqueologia e novas escavações e aquisições no Oriente, uma quantidade de relíquias da ambiguidades foi transportada para o museu, dando origem à fundação no Louvre do primeiro museu de Assiriologia da Europa, inaugurado em 1847. Este foi seguido em breve pela criação do Museu Mexicano, do Museu Etnográfico e do Museu da Argélia, atendendo ao gosto pelo exótico que se tornava uma voga na época, e ao crescente interesse dos estudiosos pelas artes tradicionais de outros povos, sendo instalados no Pavilhão de Beauvais. Também nesta época se acrescentaram três novas grandes galerias ricamente decoradas.

Sob Napoleão III foi aberto o Museu dos Soberanos na Colunata de Perrault, dedicado a exibir as relíquias da monarquia francesa desde Childerico I até Napoleão, constituindo um acréscimo importantíssimo ao Departamento de Artes Decorativas. Também foi terminada a ala norte, ligando o Louvre e o Palácio das Tulherias, incluindo outras alas menores internas e pátios, conformando o Cour Napoleon, finalizado em 1857, com decoração acabada em 1861. Outro acréscimo importante foi a aquisição da colecção do Marquês de Campana, com mais de 11 mil peças de pintura, artes decorativas, esculturas e antiguidades, formando o Museu Napoleão III. Durante a Comuna de Paris o Palácio das Tulherias, um grande símbolo da monarquia, foi incendiado, e o fogo chegou a ameaçar o Louvre.

Depois de longa hesitação entre a reconstrução do palácio perdido ou sua demolição, decidiu-se por esta, marcando o início do Louvre moderno. Foram reconstruídas as extremidades do antigo Palácio das Tulherias, hoje os Pavilhões de Flora e Marsan, e duplicou-se a ala norte. Escavações no Oriente trouxeram novas peças para o Departamento de Antiguidades do Oriente Próximo recentemente criado, sendo apresentadas ao público em 1888 em salas novas.

O início do século XX viu nascer o Museu de Artes Decorativas, criado em função das Exposições Universais de Paris. Na sequência, uma grande doação da Baronesa Delort de Gléon, e mais a reunião de outras peças similares anteriormente dispersas nas secções de artes decorativas, levou em 1922 à abertura de uma galeria exclusivamente para Arte Islâmica no Pavilhão do Relógio, e logo o director dos Museus Nacionais, Henri Verne, lançou um plano ambicioso de expandir os espaços disponíveis para arte no palácio, que até então abrigava também diverso O Palácio do Louvre é uma estrutura quase rectangular, composto pela praça do Cour Carrée e duas alas que envolvem o Cour Napoléon a norte e ao sul. No coração do complexo, está a Pirâmide do Louvre, acima do centro dos visitantes. O museu é dividido em três alas: a Ala Sully a leste, que contém a Cour Carrée e as partes mais antigas do Louvre, a Ala Richelieu ao norte, e da Ala Denon, que faz fronteira com o Rio Sena para o sul.

Em 1983, o presidente francês François Mitterrand propôs um plano o Grand Louvre a fim de renovar o prédio e transferir o Ministério da Fazenda, permitindo que exibisse todo o edifício. O Arquitecto I. M. Pei foi premiado com o projecto e propôs uma pirâmide de vidro para o pátio central[5] A pirâmide e seu átrio subterrâneo, foi inaugurado em 15 de Outubro de 1988. A segunda fase do plano do Grand Louvre, La Pyramide Inversée (A Pirâmide invertida), foi concluída em 1993. A partir de 2002, o atendimento dobrou desde a sua conclusão. escritórios da administração pública. Assim foram reorganizadas várias galerias para escultura antiga, escultura europeia, pinturas, arte egípcia e do Oriente Próximo, e artes decorativas.

Com a eclosão da II Guerra Mundial as colecções foram evacuadas, com excepção das peças mais pesadas, que permaneceram protegidas por sacos de areia. O acervo foi inicialmente depositado no Castelo de Chambord e a seguir foi disperso entre vários locais, permanecendo constantemente em mudança, por medidas de segurança. Mesmo esvaziado, o museu reabriu ao público em 1940 com uma colecção de cópias em gesso de estátuas célebres. Em 1943, com a colecção ampliada, o Museu da Marinha por transferido para o Palácio de Chaillot.

Depois da guerra se iniciou um plano para reorganização geral de todas as colecções estatais de arte. A colecção de arte asiática do Louvre foi designada para o Museu Guimet, e foi incorporado o pavilhão do Jeu de Paume como Museu do Impressionismo. Com a saída do Ministério das Finanças do Pavilhão de Flora em 1961, tornou-se livre um grande espaço adicional, possibilitando a melhor acomodação de secções de pintura, desenhos e do Departamento de Escultura, instalando-se também laboratórios de restauro e oficinas. Os espaços liberados foram inaugurados oficialmente em 1968 com uma exposição de arte gótica da Europa.

A década de 70 foi marcada pela crescente necessidade de adequar os espaços de exposição aos novos conceitos museológicos e de se oferecer melhores instalações para os visitantes. Em 1981 o presidente François Mitterrand lançou o projecto do Grande Louvre, para devotar o palácio do Louvre em sua inteireza às artes. Como consequência, os escritórios do Ministério das Finanças que ainda permaneciam na Ala Richelieu foram deslocados para outros edifícios e finalmente o Louvre pôde dispor de todos os seus espaços. Foram iniciadas grandes renovações em todo o museu, cujo coroamento visível é a Grande Pirâmide que ora serve de entrada principal. A reestruturação do acervo, mais coleções do Museu Nacional de Arte Moderna, deu origem ao Museu d'Orsay.

Enquanto isso, as reformas continuavam no complexo principal em torno do Cour Carré, com a reforma da Ala Richelieu, a inauguração da Ala Sackler para antiguidades do Oriente Próximo e a abertura de grandes espaços novos para as antiguidades egípcias. Em 1996 foi anunciada a criação de um museu para a arte étnica, inaugurado em 2000 no Pavillon des Sessions com cerca de 100 peças representativas de suas culturas, e continua em curso a reacomodação de todo o Departamento de Arte Islâmica.



Sem comentários:

Enviar um comentário